Está na altura de preencher mais um inquérito com as perguntas que a minha bebé nunca vai fazer.
Chegamos hoje às 20 semanas de desenvolvimento, qualquer coisa como a metade da gravidez. Já? E agora? Como faço para passar outra segunda metade, ou seja, quero que seja rápida para chegar aos dias das ecografias e do parto, mas devagar para poder disfrutar bem deste estado maravilhoso que é ter uma vida a crescer dentro da barriga.
Vamos ás perguntas, então.
"Mãe, o que é sentias às 20 semanas de gravidez?"
"O que é que foi mais importante nesta primeira metade?"
O mais importante foi ter chegado até aqui, saudável. Parece conversa de mãe e é :) Estar grávida é ter um objectivo maior que nunca se esgota e que se renova a cada dia e que, às vezes, até se divide em partes do dia. O tempo adquire uma nova expressão e com ela redefinem-se maneiras de sentir, de estar e de encarar as pequenas e grandes coisas, sendo que as pequenas tornam-se, subitamente, grandes.
"Pois, está bem. Mas, menos filosoficamente, falando, quero saber de marcos nestas primeiras 20..."
A ecografia das 12 semanas foi, sem dúvida, muito importante. A partir dali passou ser mais real, confirmámos que havia mesmo uma coisa já a tomar forma de gente aqui dentro a crescer, como era suposto. A partir dali, a gravidez começou a deixar de ser um exclusivo dos pais (bom, e da G.) para ser da família e amigos, e isso, dá outra dimensão à gravidez e aos dias.
Depois, a ecografia dos "três tracinhos" :) "Está a ver estes três tracinhos? É um pipi!", disse a médica. "Bem, se a doutora diz, eu acredito", e sorri. Que felicidade imensa. Os meus olhos brilharam como já nem me lembrava que podiam brilhar. Uma menina.
"E o que é que correu menos bem?"
Bem, dentro dos incómodos normais e possíveis de uma gravidez, senti, até hoje, cerca de 5 por cento!??! Não me posso queixar muito! Até ao dia de hoje conto com uma gastrite no currículo (que não decorreu directamente da gravidez, acho eu) e as chatices, essas sim, de uns intestinos chatos como tudo. De resto, tudo calminho!
"Nesta altura, quais eram os primeiro medos?"
O principal, o grande, manteve-se: algo não correr bem aí dentro e eu não me aperceber ou já só me aperceber tempos depois. É um medo recorrente, por vezes, diário, não há volta a dar. Mesmo que o efeito calmante de uma ecografia ainda esteja fresco, há dias em que as pequenas mudanças do corpo inquietam.
Nesta altura, também já começo a pensar, a espaços, no parto: onde vai ser, como e quanto tempo vai durar... Aulas de preparação para o parto? Onde, valerá a pena?
"O que é mais te surpreendeu até agora?"
Bem, uma das coisas mais surpreendente é o crescimento da barriga. Até às 17 semanas, mais coisa menos coisa, não se notava uma barriga de grávida, só com a nossa boa vontade e dos que sabiam e queriam ser solidários! A partir daí, começou-se esboçar um altito, ainda assim, passível de ser confundido com uma gordurita a mais. Depois, às 19 semanas, veio a gastrite e puffff... é que quase ficava lisa! E de repente, já com as refeições no "lugar" e os ares do Alentejo... Cresceu A BARRIGA, redondinha como pedem as meninas. Agora olho para esta barriga e até fico meio assustada, já não posso mesmo ignorá-la, está crescida, será que ainda estica muito mais? E a pelo aguenta? Vou meter masi creme! :P
"E quando é que começaste a sentir os meus 'alôs'?"
Não sei mesmo. Hoje já sou capaz de dizer que a pressão que sinto aqui ou ali, és tu. Mas até há pouco tempo duvidava porque nunca senti nada semelhante a borboletinhas, cócegas ou minhocas... o que sempre senti é um género de pontapés! E é isso que continuo a sentir. E, sim, és tu, porque eu sei :) E gosto, é quase como se fosse uma ecografia caseira e involuntária!