Acabei ontem o livro "Capitães da Areia", de um dos escritores que mais gosto e que descobri há tão pouco tempo, o Jorge Amado. Que pena ter-te descoberto quando já morreste, pensei eu, quandi li o "Mar Morto" há uns meses... Acho que, no fundo, apesar de saber que não acontece, guardo aquela esperança de um dia estar a conversar com os meus autores predilectos, de ficarmos até amigos e de nos perdermos em conversas longas sobre a vida e a escrita, sobre as personagens dos seus livros... Depois, quando percebo que alguns já cá não estão, fico com aquela sensação de ter chegado tarde ao seu universo, mas com a vontade de mergulhar na sua obra e devorá-la ao longo dos anos como que a cimentar uma relação que já não vai poder passar das leituras... Afinal, de contas, o mesmo que acontece com os autores vivos! :)
O Jorge Amado é imenso. É um universo maravilhoso, que me aproxima do Brasil, de que já gosto tanto, daquelas pessoas e das gentes comuns, pobres, ligadas ao mar. Agora farei, como sempre, aquele luto de alguns dias que sempre acontece quando gosto de um livro e depois, começo outro, de outro autor. Mas ainda este ano, espero voltar a Jorge Amado, para me perder nesta escrita tão crua, tão simples mas tão profunda.
Será que vou conseguir arranjar tempo na minha nova vida para ler coisas de adultos? Para me "exilar" no mundo literário? Para dar prioridade à leitura no meio de tanta coisa nova e absorvente!? Espero mesmo que sim. E ainda bem que deixo aqui escrito! :) Entretanto, lembrei-me: vou ver onde anda "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", para colocar numa prateleira do quarto da bebé, que ela merece coisas boas desde cedo. E se há coisas que "passam no sangue", espero que o gosto dos pais pela leitura, seja uma delas! E se não passar pelo sangue, que passe pelos estímulos que lhe havemos de dar ao longo da vida. Lembro-me muito bem do meu pai, quando era pequenina, na cama, antes de dormir, agarrado a um livro, ou na praia, ou no sofá da sala... E lá por casa, o que não faltam são livros, só falta agora começar a recuperar os infantis que andam espalhados por baús ou em prateleiras esquecidos, e comprar outros tantos... Cheios de ilustrações, que eu adoro bonecada! :)
Ontem foi o Dia Mundial do Livro.
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