quarta-feira, 31 de julho de 2013

A ecografia dos três minutos - Já fizeram?

"A minha ecografia do terceiro trimestre durou três minutos". Um por cada trimestre. 

Aahahah. Se me contassem, não acreditava. Atribuíria o exagero da afirmação às hormonas da grávida, à ansiedade que faz parecer uma eternidade num momento. Mas o que fazer se experienciei a situação na primeira pessoa?

Peguei na credencial do SNS, pela primeira vez em toda a gravidez, e decidi utilizá-la, para ver a Mel outra vez, para ver o que cresceu desde a semana passada, saber o percentil, para acalmar o espírito, para sorrir. Achei que não valia a pena dizer ao médico que aquela eco era, sobretudo, para avaliar o crescimento, poderia dar azo a conversas por parte do médico - há quem ache que deve julgar os utentes como se fosse dono do sistema, e eu ando com pouca disposição para combates, não agora, deixem-me "desovar" primeiro, depois falamos de igual para igual - e poupei-nos. 

Desde que entrei na sala, até sair, passaram cerca de três minutos.
Desde que entrei na sala até sair, passaram cerca de três minutos.

Duas vezes para que não pensem que não li o que escrevi. Aconteceu assim:
 - Ana, sabe qual é a data do parto?
 - Qual é a data da ultima menstruação?
...

Ecógrafo na barriga: passam alguns segundos e começa a debitar quatro ou cinco medidas à auxiliar (que as aponta num papel), de partes do corpo que já tinha medido e observações que havia feito... Naqueles escassos segundos.

[Familiarizada que estou às lides ecográficas, sorri quando vi a cara da menina, mas não consegui sensibilizar o médico, que continuou remetido ao silêncio].

Retira o ecógrafo e pergunta: "Já sabes o que é, ou queres que te diga?". Sim, ao que parece somos amigos ou da família, pelo tratamento informal que deu à pergunta. Limpou-me a barriga. Saí.

Aguardei cinco minutos na sala de espera e trouxe o relatório.
O dito cujo tem tantos items avaliados que, de imediato, olhei para cima para confirmar se era o meu nome, se era a minha ecografia, se seria a Mel ali analisada, se aquele seria o médico Speedy Gonzalez que havia colocada o ecógrafo dois minutos na minha barriga há momentos.
Aparentemente sim. 

Saí de lá com a satisfação de um percentil 50, maior do que a semana passada :)

E também a pensar... no tratamento que daria a toda esta situação se não estivesse grávida e, consequentemente, com espírito para gastar energias com coisas que me parecem es-can-da-lo-sas. Isto é escandaloso. Não encontro outro adjectivo.

Por mais profissional que o médico seja, avalia-se o crânio, os ventrículos cerebrais, a fossa posterior, o diafragma, o trato gastro-intestinal, os membros superiores, a parede abdmominal, quatro cavidades cardíacas, a saída dos grandes vasos, pulmões, os genitais externos, os mesmbors inferiores, o cordão umbilical, os rins, a bexiga, a face e a coluna... EM DOIS MINUTOS de ecografia?

Convençam-me disso, mas demorem algum tempo, porque não vou acreditar facilmente que tudo isto não passa de um laxismo gritante, de falta de profissionalismo de um médico que se demitiu de o ser, pelo menos, na sua plenitude. É bom não esquecer que o médico nunca me viu na vida, não seguiu a minha gravidez ou teve acesso a exames anteriores! 

E é bom não esquecer que o dito cujo não proferiu uma frase explicativa do que visualizava no ecran! Uma! As ecografias são actos médicos fundamentais mas, a parte emocional para a grávida também deve ser levada em conta! Custava alguma coisa dizer "aqui é a cara, aquilo que vê a piscar é o coração, aqui é a perna, a mão... está tudo bem e até à próxima"? Será que não ganha para isso? Será que prejudica a sua concentração e posterior avaliação do bebé?

Se não tivesse termo comparativo, poderia ser branda nesta apreciação, mas tenho. E, por isso, não o posso ser.

Nunca fiz uma ecografia que durasse menos de dez minutos, e as do trimestre, não terão durado menos de 20/30 minutos. Com direito a explicação sumária do que o pai e a mãe procuravam adivinhar avidamente, de olhos brilhantes colados ao écran, com direito a avaliações demoradas, com insistências para ver como deve ser este ou o outro pormenor, com passagem real por todas as partes em análise naquele momento da gravidez. 

Será que tudo isto se explica no binómio: 
Exame feito com credencial SNS - Exame particular com seguro de saúde?

Não quero acreditar. Há profissionais óptimos no SNS. E também há condições óptimas no SNS, nalguns sectores, nalgumas organizações, nalguns dias... É como tudo. Assim, vou ficar para mim com a convicção de que aquele médico é que não é um bom profissional, não é merecedor do SNS, é uma ovelha ranhosa do rebanho. 
E uma ovelha não faz o rebanho.



quinta-feira, 25 de julho de 2013

As 8 semanas que faltam


Estou a precisar de me questionar. De fazer um balanço. De me preparar para o que aí vem.
Sai mais um questionário da Inês Mel à sua jovem e linda mãe, sff :)

"Mãe, como é que te sentias às 32 semanas?"

Mãe, antes de mais, estás com um semblante (ah ah, quando é que ela vai saber o siginificado desta palavra?) esquisito hoje. Que se passa?
Estou encalorada, está abafado. Estou cansada, à semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos tempos, mesmo que não faça nada de especial. Estou meia apreensiva, meia ansiosa, meio... Já são muitas metades para uma só pessoa...

Nesta fase do campeonato - 32 semanas - o que é que mais te preocupa?
Ui, desde a semana passada que fui atacada pela designada fúria da grávida. Deu-me a pressa para ter tudo despachado. Não é que ache mal e que ainda falte muito tempo, porque, de facto, não falta. Mas ainda não me tinha sentido stressada assim. Ainda não tinha faltado tão pouco tempo assim...
O soutien de amamentação, os discos de aleitamento, a mala da Inês, a minha mala, a primeira roupinha, está tudo lavado e passado, o varão, o cortinado, os tecidos para forrar as almofadas, o ovinho, a casa está em condições para se tiver que largar de um momento para o outro...? Tantas pequenas coisas, tudo tão importante. Na minha cabeça.
Mas o que mais me enche o espírito hoje é o dito percentil: "Ela é pequenina Ana, não em comprimento, mas é magrinha, a barriga é magrinha, vamos ver como cresce daqui para a frente!". Um quilo e setecentas parece-me tão jeitoso. Bem, já cometi o crime: li coisas na Internet; e estou mais descansada (também acontece!). Não é um peso preocupante, a qualquer momento pode dar um "saltito" bom, são estimativas, não certezas, o que interessa é a saúde e o bem estar fetal e esse, está bom :)

Como é te sentes em relação ao parto, nesta fase?
Quase íntimos! Penso muito nele já! :) Já não é uma coisa que vai acontecer daqui a meses. Vai acontecer, em pouco mais de um mês. E um mês passa a correr! Vou saber respirar? Vai demorar muitas horas? Vou saber reconhecer os sinais para ir para o hospital, vou chegar a tempo? (Não B. nao vais ser o parteiro numa beira de estrada :)) Vai correr tudo bem? E depois; vou conseguir dar de mamar logo?

Já passou tanto tempo, o que é de melhor ficou até agora?
Muitas coisas. A minha gravidez, por circunstâncias da vida que nunca imaginei, foi feita em casa, sem actividade profissional para conciliar, com muito descanso e total dedicação. Pude vivê-la com a felicidade que ela merece, sem interferências laborais ou preocupações do mundo lá fora. Não deixei, não quis, fiz bem. Quem tinha que se aproximar, aproximou-se, acompanhou-me, fortaleceram-se laços e criaram-se outros. Passei estes tempos com saúde, sem grandes incómodos ou sustos. Um bebé cresceu aqui e, mesmo cá dentro, acho que já me fez crescer. Parece cliché, mas para além de o ser, é verdade. E tenho a certeza de que há muitas mais ideias feitas que se aplicam totalmente à gravidez e à maternidade. Portanto, o que melhor fica até agora? Não sei resumir. Hoje não.

* Nota: A minha Inês já dá ares de entrevistadora, não dá? Oh God! Não sei se acho bem :) Temos que falar, um dia mais tarde, sobre estas lides do jornalismo.



terça-feira, 23 de julho de 2013

Nunca mais vais estar sozinha

Para mim começou a sério aos sete meses. 
Esta coisa da barriga. Esta coisa da Anita Barriguda.

E para muitos, a minha gravidez começou também recentemente, uma vez que agora é que ela se insuflou e toda a gente  percebeu que aqui cresce uma bebé! Sair à rua já na terrinha é um acto social constante (bem, normalmente, já é) centrado numa parte muito específica do meu corpo! 

As mulheres, aquelas que já foram mães - seja há décadas, ou meses -  sorriem, ganham brilho nos olhos, algumas a roçar a lágrima (finjo não perceber, para gozarem o momento nostálgico à vontade), dão conselhos ou fazem perguntas,  quase sempre elogiam a "barriguinha tão redondinha" e terminam com o seu maternal: "Felicidades, que tudo corra bem". Tenho a certeza que durante os minutos seguintes revivem, com uma saudade parva, o parto, o cheirinho do bebé, as roupinhas, as birras e as conquistas dos primeiros tempos. 

"Nunca mais vais estar sozinha, nunca mais...". É. Tenho a certeza que sim. Acho que nunca mais me senti desde as primeiras semanas, quando percebi que era real.

Na loja de roupa fixo-me, sem querer, na mulher que está ao meu lado e que, pecorrendo a fila de roupinhas XS em saldos, que tambem eu escrutino como se não houvesse amanhã, deixa escapar: "Ai que saudades destes tempos, meu Deus". 
Ainda não os vivi, mas tenho tanto a noção que os primeiros meses são especiais e únicos que nem sei... como é que faço para parar o tempo. Mas vou continuar a pensar no assunto. E é também por isso que, sempre que soa o meu alarme interior -  e que me diz: "Este mundo que construíste é bonito mas tens que te distanciar dele dentro de pouco tempo e voltar ao mundo das feras!!!" - faço que não o oiço. 

No meio destas pessoas que hoje olham para mim de maneira diferente, estão também aquelas que sei que querem muito ver a sua barriga ficar grande, redondinha ou disforme, pesada e incomodativa, cheia de uma pessoa que há-de ser tudo um dia e mudar o mundo, pelo menos, o lá de casa. Esse dia vai chegar.<3

Ah! Uma palavra para os homens. Têm a sua sensibilidade para a coisa também, como é óbvio! Normalmente, expressam-se é de forma mais discreta. O cabeleireiro, por exemplo, ficou reticente em cortar-me muito o cabelo: "Olhe que depois você vai precisar de apanhar o cabelo, porque vai estar muito assim (dobra-se, em jeito de quem vê o bebé no berço), está a perceber?".
Acho o máximo estas coisas. Lá cortei as pontas.

Well, voltando ao início: como ela cresceu, ficou mais caprichosa, remetendo-me ao papel de "negociadora" constante com a volumetria em expansão. Dormir, nomeadamente, dar voltas na cama ou levantar num ápice para ir à casa-de-banho, já não é como eu quero. É preciso um requerimento que, só após alguns segundos ou minutos, vem aprovado.
Sendo assim...técnicas! O almofadão de amamentação já está a trabalhar. Ainda não consegui descobrir a melhor forma de o potenciar nas minhas noites mas... lá chegarei! :)






Anita Barriguda is back


Dei passeios...
Fiz-me ao mar, fiz-me às piscinas...
Alonguei...
E voltei! :)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O blogue Anita Barriguda


O meu blogue nasceu em Março, no meio da explosão! As 12 semanas tinham passado, era hora de contar ao meu mundo, de partilhar a minha alegria!
Toda a gente que me conhece bem sabe que blogues muito intimistas não eram o meu género, não como autora, só como leitora... Bem, mudei logo nessa altura. Criei o Anita Barriguda, que põe a "nú" a minha barriga... que me expôs, pela primeira vez, no mundo virtual, duma maneira diferente. Não é uma segunda parte de mim, uma personagem fictícia. A Anita Barriguda é o resultado de um casamento que me pareceu perfeito para partilhar o projecto mais bonito que ousei erguer até hoje -sim, é um projecto, um sonho - com a vontade, sempre doida, sempre presente, de escrever, para mim e para os outros. Ai saudades malucas.
A tudo isto, junta-se a oportunidade única de conhecer novas pessoas e histórias, projectos, coisas boas e bonitas a que ainda não tinha prestado atenção.

Tem valido muito a pena. E tem superado as minhas expectativas. Qualquer pessoa gosta de mimos, eu gosto. E grávida, então? Vai daí, o blogue mima-me, quem me lê mima-me. Eu vou mimando. É um mimo completo. E preenche-me. Pelo menos nesta fase da minha vida.

Gostava muito de dar passos maiores, que o Anita Barriguda estivesse mais bonito, com um grafismo mais moderno, como tantos dos quais me tornei fã, que fosse mais interactivo e completo, que ainda mais pessoas se juntassem aqui, que me dessem mais vezes as suas opiniões e de conseguir mais vezes responder a questões que me vão colocando...
Nada é impossível. O tempo vai trazer coisas boas :)

Para já, para já... Obrigada por estarem aí e fazerem parte do mundo da Anita, que realmente, agora, já está Barriguda :)


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Algarve: ementas parvas vs elevadores na praia

Há coisas que me irritam especialmente no Algarve. 

As ementas  dos restaurantes cujo turismo é, decididamente, pensado para os ingleses (nem todos se revêem nisto!) e só depois para o portuguesito, são uma delas. O próprio grafismo funciona como repelente:  estandardizado, ele é quatro ou cinco bandeiras - a portuguesa até vem lá! Ufa! - a anunciar os nossos traditional dishes como os peitinhos de frango com ananás, esparguete à bolonhesa, bacalhau à braz, espadarte com batatas fritas... Claro!
Concordo que se adapte a coisa a quem põe o dinheirinho nas caixas registadoras, mas nem tanto ao mar, nem tanto à terra! Lagos, por exemplo, no seu centro, tem escassas hipóteses de agradar a um português que sabe e quer o que é bom, Ainda hoje penso o que leva a dona de um restaurante central a colocar mista de peixe como prato do dia, quando o dito cujo já tem três dias (dito pelo empregado), a servir bife de atum de cebolada previamente grelhado no carvão (cheirou-me a restos do prato de alguém, enfim...) e doses de sardinhas assadas com ... pasme-se, DUAS SARDINHAS! Isto é coisa que se apresente? Nem a português, nem a inglês!


Há coisas que descobri, este ano, no Algarve:

Há caracóis (crus) à venda por tudo o que é ruas e ruelas! E eu que nunca via o petisco por estas bandas...

Há quem sirva, e há quem coma, sardinhas com batatas fritas!!!! A ASAE tem que estar atenta a estes crimes, sff!

Há vendedores de bolas de berlim muito antipáticos!

"Malaka-malaka, massáááiiii?", quer dizer: "O senhor quer uma massagem?". Há quem tenha percebido isto logo. Não foi o meu caso, precisei de ajuda. E não fiz a massagem, apesar de só custar 6 euros.

Há praias, pelo menos a da Praínha, no Alvor, com elevador! Oh my god! E depois disto como é que se volta às escadarias infindáveis sem dizer mal da vida? :) Custou-me, confesso.



Há coisas que já sabia e que voltei a confirmar:

Há gente que ainda tem muito dinheiro, e ainda bem que o gasta no nosso país.

Os restaurantes e cafés de praia são, por norma, apetitosissímos e, na mesma proporção, caríssimos.

Ainda há sítios turísticos no Algarve, como é o caso do Alvor, onde nos sentimos bem, onde há pão com sabor a pão, saladinha algarvia de chorar por mais, peixe grelhado com batatinha com pele, toalhas riscadas, e concertina a acompanhar. Viva o Zé Morgadinho!




Eu gosto muito de boa vida :) E mereço.









Algarve: Eramos 4, depois 2, pro ano 3

O meu Algarve não foge à regra e, por isso, transforma-se, ao sabor dos anos. Dos meus anos.
Conheci-o logo em pequenita, pela mão dos meus pais, sempre inscansáveis no objectivo anual de passar e proporcionar às filhas umas grandes férias na praia. Umas grandes férias na praia com tenda, com grelhador de peixes e churrascos, de patusca programada para a hora das refeições. Umas grandes férias com cheiro de cadelinhas descobertas pelos pés que esgravatavam curiosos areia adentro, nas águas quentes de algas verdinhas. Até tarde, tarde...

O meu Algarve de hoje já não tem tendas ou roulotes, nem filas infindáveis para o banho ou para lavar a loiça. Já não tem cantorias de meninas loucas de tão felizes. Já não tem escaldões na pele, quando os pais não estavam para ver. Não tem atum fresquinho da praça de Vila Real de Santo António, gelado de arroz doce à noite, em Olhão, nem manteiga a boiar na geladeira de gelo derretido, à chegada.

O meu Algarve de hoje transformou-se, ao sabor dos meus anos. E continua ser meu e a ser muito. E agora que escrevo isto, apercebo-me que que este Verão esteja a fechar o segundo capítulo desta história algarvia. Para o ano, abro o terceiro, com uma nova personagem :)




O meu Algarve deste ano teve cheirinho de "despedida boa", como há poucas, de resto. "Para o ano já vai ser diferente, não fazemos isto nem aquilo, temos que trazer isto e aquilo, ela já vai fazer isto e nós aquilo". Isto em sorrisos, às vezes nervosos no silêncio de cada de um. No nosso silêncio de futuros pais. Nós pais, já não só filhos, pela primeira vez na vida. Nós, tão felizes com este bocadinho de futuro que tivemos a coragem de construir para nós. Há horas felizes. Há decisões bem tomadas.




quinta-feira, 4 de julho de 2013

Não é milagre, mas é parecido


Com medos, ansiedades, sustos, incómodos, alegrias.
Trinta semanas com um bebé na barriga.
É unico.
É especial.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Curso de preparação para o parto no SNS


É fantástico o Serviço Nacional de Saúde promover gratuitamente Cursos de Preparação para o Parto. Valoriza-se a maternidade em si, a saúde da mulher e do bebé, o acto de dar à luz, a natalidade...

Mãe pela primeira vez, estiquei o dedo, claro: Também quero, sff!
Inscrevi-me bem cedo e esperei o telefonema da enfermeira responsável pelos cursos do género na área a que pertenço. Uma semana antes de ir de férias...

- ... Gostaria que viesse a uma entrevista na próxima semana. (procedimento habitual antes de se iniciar o curso)
-  Lamento, mas não vou poder, estou de férias, e fora da zona. Pode ser para depois?
 - Bem, depois estou eu de férias, em Agosto as instalações, que são cedidas pela câmara municipal, estão encerradas, pelo que tem que ficar para Setembro.
- SETEMBRO?
- Pois, a sua data prevista para o parto é meio de Setembro, mas terá que ser.

Ok, não vou ter curso de preparação pelo SNS. Procuro no privado e desisto, ao tomar conhecimentos dos preços. Até que... um belo dia, uma "colegas" de viagem me alertam: Porque é que não fazes pelo nosso centro de saúde, vamos começar agora na próxima semana!!?!
Penso de imediato: Hum, esse centro de saúde já não pertence ao meu concelho, apesar de ser vizinho geograficamente, a organização de saúde é outra, o hospital de referência é outro... Será que o simplex, aquele mesmo eficaz e prático, existe e invadiu o SNS...?

Telefono para o dito centro de saúde, apresento a situação e o veredito não me espanta nada. Mesmo nada.

- ... Pois, mas mesmo que tivéssemos vagas, nunca poderia vir fazer aqui o curso porque pertence a outro lado!

Ora aí está, o simplex tão apregoado pelo Estado. A eficácia no seu esplendor. A optimização de recursos. 
E não me venham dizer que tudo se trata de organização. Isto é, somente, falta dela. 

E algum bairrismo?!



Respirei muito mar, muito mar


Voltei dumas férias mar-ra-vi-lho-sas!
Disse muitas vezes: "Nós merecemos"!
Inspirei e expirei profundamente.
Sorri muito, muito.
Respirei muito mar.
Escrevi o nome da minha pequenina na areia, ansiei o parto e tive medo dele.
Disse muitas vezes: "Para o ano já vai ser completamente diferente".
Vi a Inês Mel em muitas bebés que brincavam ao pé de mim.
Deliciei-me com a Anita Barriguda, agora sim.
Pensaram que era a super-lua? Não, foram os meus olhos a brilhar este tempo todo.