terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dá de comer à menina, anda!

A menina está com fooooome!
(Então não se vê logo?)


A vontade maluca que os adultos têm em dar comida às crianças é indesmentível. E se for alguma coisinha que nunca tenham experimentado ou que desconfiem que os pais "mauzinhos" ainda não se lembraram de dar a experimentar, xiiiii, é perfeito!

Toma lá! Gostas, gostas?
A menina adoooooora!!!!
(Claro!)

Neste campo já não tenho ilusões: o que para mim é óbvio, pode não ser para a mãe ou pai que está exactamente ao meu lado, e que até tem a minha idade e uma vivência parecida. 

Para mim é óbvio que ainda não chegou a hora da Mel, com 14 meses, comer chocolate e bolos e "arraçados" açucarados. Não, ainda lhe dei a experimentar uma bola de berlim! Oooohhh!
Mas pastel de nata já provou. E gostou! E bolinhos caseiros, sem creme. Pronto.

Para mim é óbvio que ainda não chegou a hora da Mel comer carne de porco preto, batatas fritas, mariscos ou frutos secos. E também é óbvio para mim que é melhor dar-lhe iogurtes de aromas do que "suissinhos" e ou semelhantes com smarties ou pepitas de sabe-se lá o quê! 

Para beber? Água, muita água. É óbvio que refrigerantes não acrescentam nada, tem tempo de os beber e não me vou opôr, mas se vou tentar moderar o seu consumo? Vou. Darei o meu melhor, logo se vê que resultados se consegue.

Influenciada pelo primeiro ano de vida de restrição alimentar que rodeia qualquer bebé? Talvez um bocadinho, vá...

Não é fácil ouvir assim, da boca da pediatra, que a nossa menina está em condições de receber o seu diploma de emancipação alimentar!

Lembrar-me desse dia, dá-me vontade de rir.

 - Pronto, então a partir de agora, a Mel pode fazer a alimentação dos pais.
 - Ai sim? A nossa? Bem a nossa exactamente duvido, mas... Pode comer polvo, por exemplo?
 - Sim, pode. Pode comer de tudo, à excepção dos mariscos, frutos secos e ananás.

Outro assunto e volto à carga.

 - Desculpe, ainda em relação à alimentação, ela já pode comer bacalhau?
 - Sim, pode. Pode comer de tudo.

Outro assunto e ainda andava às voltas com a emancipação da criaturinha...
 - Ó doutora, e grão e feijão também? E ervilhas?
 - Sim, sim, pode comer de tudo.

Ainda incrédula, a não querer aceitar que a cria já estava crescida, vejam bem!, ainda desafiei a pediatra, como quem procura desesperadamente uma restrição.

 - E espinafres....? E....?

Às tantas, rendi-me.
 - Desculpe lá doutora, já percebeu que estou com sérias dificuldades em entender o significado da palavra tudo, hoje!

Rimo-nos, pois. 

Não terei sido a primeira mãe renitente, que custou a aceitar que a bebé, que só bebia leitinho da lata, em biberon cuidadosamente lavado e esterilizado, e que depois só comia puré com três legumes e que depois só comia 20 gr. de carne e que depois só... E que depois só... Passou a também isto, também aquilo... E hoje, isto tudo. Mesmo tudo. 

Qualquer dia, o quê?
Come caracóis e lambuza-se com uma mousse de chocolate caseira, como a mãe? Queres ver!