quinta-feira, 28 de março de 2013


Com mais ou menos amêndoas, chocolates, coelhinhos, cabrito e outros mimos...
Divirtam-se e façam com que estes dias sejam especiais :)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Lanche duplo, sff!

Nem tudo muda só porque se tem alguém a crescer cá dentro (gosto mesmo de dizer isto, porque é fantástica esta capacidade só reservada às mulheres!), mas também não se pode dizer que tudo acontece tal e qual como dantes.

A fome aumenta mesmo, apesar de sabermos que é um mito o "ter que comer por dois", há alturas do dia em que se sente bem esta parceria que por aqui se vai gerando e crescendo de dia para dia! Num minuto tudo ok, logo a seguir: "Que fome é esta? Tenho que ir comer!Já!".
Incongruências que não ficam por aqui porque, de manhã, costumo lanchar por volta das 11h30 e às 12h almoço! Durante a tarde, tudo se mantém mais ou menos, com a diferença de que entre o almoço e o jantar há espaço para dois lanches, em vez de um!

Estou, portanto, no bom caminho e a comer o que bem me apetece, com excepção da obrigatoriedade de passar diariamente pela fruteira exclusiva de kiwis que tive que compor cá em casa, para contornar o efeito do ferro! E mais não é preciso dizer! :)






terça-feira, 26 de março de 2013

O público, o privado

O público, o privado.... 
Há sempre histórias, porque cada dia é um dia, cada pessoa uma pessoa, e a sorte passeia-se, não tem poiso certo, nem definitivo.

Para mim, o público está bom. 
Pensava assim. Mas faço diferente. Para mim, o público está bom e o privado ainda melhor. Estamos sempre a mudar de opinião. E não é bom? Pode ser.

Anita rumou, esta manhã, à sua terceira consulta de Saúde Materna, no centro de saúde:

Meia hora depois da marcação inicial, Anita entra na sala da enfermeira, o momento que sempre antecede a consulta, para o procedimento habitual. Bom, por acaso hoje, estranhou que antes do "bom-dia", tivesse saído " o seu livrinho sff" e só depois um comprometido cumprimento. "Que raio, por vezes acontece-nos sermos mal educadas, e não é por mal!", pensou.

"Pode ir já tirando o casaco para medir a tensão" e "agora vamos ao xixi". Sim, senhora, tudo a correr como o previsto e rápido. Anita pegou no copinho de plástico e dirigiu-se ao outro lado do centro, passando pela sala de espera e hall de entrada com o dito cujo... ainda vazio. O pior era fazer o trajecto inverso com ele já amarelinho! E que transparente é o copinho, não é?!
Mas, desta vez, Anita nem ficou tão embaraçada porque ia a pensar na falta do tampo de plástico das sanitas velhinhas, na ausência de sabão para as mãos ou qualquer outro desinfectante ao pé do lavatório, a contrastar com os conselhos de higiene que o Ministério da Saúde, gentilmente, mandou afixar em todos os estabelecimentos de saúde que se prezem!
Sendo aquela a terceira vez que se deparava com o "desaparecimento" do líquido mágico, concluiu que, da próxima vez, se não trouxesse umas toalhitas desinfectantes de casa, a culpa seria sua. "O azar? O azar, é para os incautos!". Nunca mais se esqueceu desta frase que um dia lhe dirigiram a próposito de outro assunto.

Tirinha no xixi, tudo ok. "Já está é a acusar é fome!". Estava pois, o pequeno almoço já levava duas horas, o lanche da manhã impunha-se, mas tinha que esperar. Balança? Mais meio quilo, sem direito a registo no boletim de grávida, sequer. "Só contarão os quilos inteiros, ou foi mesmo por esquecimento?". Bem, "agora é aguardar que a médica chame". 

Na salinha da médica, o sorriso, a atenção e a pressa de sempre, ainda que disfarçada. Hoje, para além dos habituais registos das últimas  novidades - resultados de análises entretanto feitas, ecografia, rastreio bioquímico, etc -  um "miminho". "Vamos tentar ouvir o coração? Fazemos assim: tentamos duas vezes, se não der, paciência, é porque ainda é cedo, está bem?". Está bem. Deu logo! Pum-pum, pum-pum, pum-pum... e "pronto, está bom", disse a médica, quase em jeito de "não a mimes demais, que ela habitua-se" :)
Credenciais para os próximos exames, declaração para a Segurança Social e adeuzinho, até daqui a um mês.

Anita regressou ao carro, novamente em modo "instrospecção". "Então e se eu não tivesse internet para tirar dúvidas? Quais vão ser os próximos sintomas? O que é normal e não é? Será que a minha alimentação tem sido a ideal? O que posso melhorar? Não querem saber se tenho feito exercício físico (não tenho, preciso que me puxem as orelhas com urgência!!)? E quando é suposto ter barriga, daquelas redondinhas? E por que é que de manhã sou elegante e só à noite (só à noite!) fico grávida? Então e...?". 
Anita aviou mais duas caixas de ferro e foi comprar as ervilhas doces da Iglo, para fazer com ovos e chouriço.

Se estou bem no público? Estou.
Não tenho uma razão de queixa em concreto que possa apontar (para além da falta de sabão na casa-de-banho e da própria localização da mesma). A médica é atenciosa, faz o que é suposto fazer e ainda sorri e deseja felicidades.

Mas se estou melhor ainda por também ter a médica obstetra do privado?
Sem dúvida alguma. 





segunda-feira, 25 de março de 2013





"Mãe, quando eu tinha 15 semanas o que estavas a sentir?"

Ok, o meu filho nunca me vai fazer semelhante pergunta, mas acho importante registar, de quando em vez, alguns estados de alma, para memória futura. Costumava achar que as coisas importantes não se apagavam da memória, mas já percebi que nem sempre há relação directa, por isso...

Caro filho, eis as respostas à perguntas que, ou muito me engano, ou nunca me vais fazer!

MAE, EU COM...15 SEMANAS

Já sentias os meus "alôs" na barriga?
Não senhora. Às vezes olhava para a barriga e via algo a mexer, mas pensava que era coisa de coisa grávida ansiosa e desvalorizava. Que jeito, vejo e não sinto as tais borboletas, ou cócegas que as outras grávidas reportam?!? Ainda deve ser cedo para mim.

Andavas de barriga espetada, para toda a gente "me" ver e meter conversa contigo na rua?
Hum, não! A barriga por estes dias obedecia a um ciclo que me parecia estranho. De manhã, escondia-se e acordava lisinha. Para o lado da tarde, começava a ficar redonda e à noite então, assumia o desejado aspecto de GRÁVIDA (de poucos meses, mas sim, está grávida!). "Mas para onde vais tu à noite, caro bebé?", perguntava só para mim, para não parecer doida ou ignorante. Quando estiveres cá fora, temos que falar sobre estes horários!!!! :)

O que é gostavas mais nesta fase da gravidez?
A tranquilidade que se instalou, que contrastou com todo o primeiro trimestre. Voltei a ser eu, mais calma, mais zen, mais sorridente, mais confiante. A partilha com a família e os amigos deu também outra cor aos dias. A barriga, ainda que tímida, a  crescer de semana para semana. As roupinhas na loja e depois na gaveta do TEU quarto. Os planos. Todo o meu mundo a adaptar-se à tua presença. O meu blogue e a minha página facebook, para ti e para mim, e para o pai, e para os amigos e para todos os que juntaram.

E que medos é que pairavam aí nessa cabecinha por esta altura?
Bem, ainda que menos insistentes, os medos continuaram a existir. Sempre. Alguns acabaram, outros renovaram-se, outros apresentaram-se, pela primeira vez. O maior de todos era que tu deixasses de estar bem e não me dissesses nada (e as ecografias que nunca mais passam a ser diárias!). Era uma fase em que ainda não comunicávamos com estímulo/resposta, entendes? A barriga crescia, mas pouco. Não te sentia ainda. E o coração não se ouve (sem ser no pensamento) assim... Isto porque não tinha o Angel Sound :)




sexta-feira, 22 de março de 2013

Muito o reboque (me) levou




Não sei como cozinhar isto. (Cozinhar Ana, mesmo num assunto destes, vocabulário ligado à comida? Chiças!).

Os sentimentos de perda, às vezes, não têm pontas. Quando têm, é mais fácil!?
Aquilo que se vai conquistando na vida tem o valor que lhe queremos dar. E no meio disto tudo, as coisas com valor material fazem sentido quando delas tiramos o máximo partido, quando as partilhamos ou quando lhes associamos outras coisas boas, mesmo que inconscientemente.

E o meu carro era um dos símbolos importantes na minha vida, percebo-o agora. Percebi ontem, quando chorei ao vê-lo partir, no reboque, acabado. O reboque não levou um carro queimado, que alguém há-de arranjar e vender um dia.

O reboque levou as poupanças da menina jornalista que começara a sua vida profissional há poucos anos. A menina que estava ainda no começo de uma jornada no mercado de trabalho que tudo lhe prometia. A menina que vivia com os pais e começava a lançar as sementes para a independência, que um dia iria ser total.

Não foi, portanto, o carro que foi no reboque. Nem é o dinheiro que se consumiu em chamas, num incêndio inesperado.  Foi um bocadinho da minha independência, um bocadinho daquele início de vida adulta que prometia outras cores, mais planícies, menos montanhas.

Era agora a altura para escrever sobre tudo aquilo que conquistei de bom desde então e que não se perdeu, dos outros símbolos que se solidificaram, das flores que colho nas planícies onde passeio a minha vida actualmente. Mas se há coisa que eu muitas vezes reinvindico para mim, e até para outros, é poder, nem que seja num bocadinho do dia, queixar-me sem remorsos, sem medo de parecer ingrata a alguém ou a alguma coisa. E este é o meu momento.

quinta-feira, 21 de março de 2013

# Da colecção: "Diálogos afectados"#


Ao telefone com as Finanças:

Assistente: ...Com certeza, diga-me então o seu número de contribuinte por favor.
Eu: Ora, o contribuinte é...é... (silêncio)... Só um bocadinho que eu vou verificar...!!!

[Mas desde quando é que não sei o meu NIF de cor, God? Desde quando?]

Ao telefone com uma vendedora:

Vendedora: Então, se não se importa, dê-me novamente a sua morada.
Eu: Sim, claro. É Avenida xxxx, número xxx. Quer também o código postal?
Vendedora: Sim, sim.
Eu: É... (parva comigo mesma, só me vinha a cabeça algo começado por 4! Quatro?? Não pode ser!) Olhe, esqueci-me, por incrível que pareça!!!
Vendedora: (Risos). Qualquer coisa começada por 2...!?
Eu: (por 2... Mas parece-me começar por 4 meu Deus!) Hum, sim, pois.... Ah, já sei! (risos e despejo o número com orgulho!).

[Desde quando é que eu não sei o meu código postal? Desde quando?]

Always a baby? Yes!

Vou ser mãe. Vou ter um filho. Vou ter um bebé. Bebé. Bebé....
Sempre que penso na minha maternidade, imagino um bebé. O cheirinho que ele vai ter, a pele macia que vou percorrer com a minha, a cabecinha frágil onde vou passar a mão ao de leve, a bochecha mínima que vou querer que fique gordinha. Tudo muito "inho", portanto. 
Consigo até imaginar um bocadinho mais à frente, como a altura em que já vai conseguir sentar-se sozinho, fazer bolhinhas e abanar muito as mãozinhas na hora das papas, os sorrisos e até os primeiros passinhos.

Mas parou aí!

Não consigo pensar que o meu bebé, que ainda nem conheço, vai crescer, vai ser gente grande. Um dia vai falar, vai começar a dizer os "r's" e os "lhes", como as pessoas crescidas, vai fazer contas melhor do que eu, puxar assuntos para os quais não terei resposta, vai ser comprido, fazer desportos e conhecer outras pessoas, vai escolher a sua roupa, o que comer e onde vai passear. E vai prescindir da companhia dos pais, que eu sei bem o que é que casa gasta (gastou!).

Será só comigo que se verifica esta incapacidade de pensar que vou ter um bebé que depois-será-gente-grande-e-que- depois-sai-do-meu-colo-e-que-depois-ai-jesus?



quarta-feira, 20 de março de 2013

A minha mana


A minha mana fez com que eu nunca quisesse ter só um filho.

É bom ter uma mana, porquê privar alguém de ter uma companheira especial, que é mais do que uma amiga e mais do que só família?

A minha mana trata sempre das coisa chatas que eu não sei tratar ou que não me apetece fazer, sobretudo nos computadores.

A minha mana é mais velha que eu um bocadinho e sabe mais coisas do que eu.

A minha mana faz bolos muito bons e muito bem decorados  para a família toda.

A minha mana deixa-me falar muito, muito e acho que, a maior parte das vezes, está mesmo a ouvir-me.

A minha mana ri com menos facilidade que eu mas quando ri muito parece uma lambreta aos saltinhos.

A minha mana não diz palavrões e fica corada quando alguém, como eu, diz muitos só para ver a reacção dela!

A minha mana não gosta de escrever, mas eu gosto e escrevo por ela quando é preciso e ela me pede.

Já experimentei outras manas e esta minha mana é a melhor de todas.

Gosto muito, infinitos, da minha mana.
Parabéns Mana!




Vou-te comeeerrr....




Ah marota, esperava mais luta!

terça-feira, 19 de março de 2013



Tenho a certeza que vais ser o melhor pai do mundo.

Seguidoras e Seguidores no Anita!


A quem segue o meu blogue, OBRIGADA!
Gosto MUITO de vos ter por cá! :)

E agora, não fiquem ciumentas, mas vou dedicar este post ao meu mais recente seguidor... Masculino!
Obrigada L., por nos acompanhares aqui - a mim e ao B.- nesta viagem!



Ponham os olhos nisto!



Não é porque estou grávida... Sempre gostei de cozinhar, e de comer! Nestes últimos tempos há coisas que me aborrecem - desculpem sopas! - mas, felizmente, há um mundo de outras tantas que continuo a gostar!
Ontem foi salmão com coentros e mel, acompanhado com cogumelos frescos!
Um prato repleto de ómega 3 e muitoooo bom! A repetir!

segunda-feira, 18 de março de 2013

É pó menino e pá menina!

Fala-se em bebé? Pensa-se em roupinhas. Tudo o que é pequenino é giro, costuma-se dizer, e não conheço alguém que fique indiferente (bom, os homens, regra geral, disfarçam o entusiasmo!) às mini-roupas, quase sempre extra-macias, com cores que fazem sonhar, apetecíveis, pronto!

Pois bem, cá em casa, procurámos manter os ânimos calmos até às 12 semanas e só comprei um bodie (vinham aos pares) engraçado para dar ao B. logo em Fevereiro porque ele fazia anos e assim fazíamos uma certa adaptação do novo elemento à data festiva!

Quando a novidade deixou de ser dos dois e passou a ser "propriedade" da família mais próxima... Bem, o upgrade está à vista... :)



Digamos que o primeiro dia de vida da criança, a esta altura, já estava assegurado...


Ao dia de hoje, o enxoval já está bem composto!Venha menina, venha menino, despido/a não fica :)
Próximo passo: começar a vagar as gavetas da mobília que já existe. Afinal de contas, quando a cama foi comprada já era a pensar neste dia :)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Como-o-que-me-apetece!



Ai a comida. "Agora que estás grávida isto e aquilo...". "Agora que estás grávida, cuidado com x e y". "Agora que estás grávida...".

Sou uma privilegiada porque estou imune à toxoplasmose e, portanto, basicamente, sobram os avisos quanto à origem e qualidade do marisco que possa vir a comer: "Tem cuidado com as intoxicações, que nas grávidas...". O mesmo é dizer que ando bem descansadinha, felizmente. Como o que me apetece, sendo que, habitualmente, já não me costumava apetecer muitas loucuras e, assim, tudo é mais fácil! :)
O que me apetece cada vez menos é sopas... Para o que me havia de dar. Faço-as e como-as no primeiro dia, já assim a fazer um beicinho estranho. E ao segundo dia quem é que me faz comê-las? E se não as como agora que está frio, no Verão nem vê-las! E eu que sou fã de sopas!
Para a semana tento a sopa de grão da sogra, a ver se engano este estado "anti-sopa"!

E na onda da comida, ontem fiz pudim de peixe! Que maravilha! No Verão vai ser perfeito, porque se come frio e fica bom de um dia para o outro (se não se abusar na maionese!).

E não é que consegui fazer maionese caseira pela primeira vez? Se não resultasse, dizia que era porque estou grávida mas como ficou optima, então, resta-me dizer: "Sorte de grávida!? Vou aproveitar que até Setembro muita salada há para fazer! :)



quinta-feira, 14 de março de 2013

Não sou doida, voltei a sonhar só isso


Anita sempre ouviu a famosa frase: "A vida dá muitas voltas!". E a profecia popular instalou-se, repentinamente, por volta dos 30. Dias amargos alternaram com os azedos, e os azedos com os ácidos. Os alicerces de açucar, até então com uma solidez razoável, derreteram até níveis nunca vistos. Temeu não os conseguir reerguer mas as reservas de uma vida não se esgotam assim, com uma dor aguda. Vão resistindo.
 
Diz o povo que "a vida continua" e Anita colocou-se na fila, com o mapa antigo amarrotado, sem a velha bússola, apenas com a esperança periclitante de que um novo rumo se haveria de desenhar e que, mais tarde ou mais cedo, seria possível apanhar as pontas do projecto antigo. Enganou-se. Tudo mudou e a história que contou para si ao longo de três décadas deixou de ter condições para existir.
 
Sendo assim, Anita passou a agir de uma forma, no mínimo, estranha, tendo em conta o tal guião. Sem emprego, decidiu comprar casa e dar início a uma vida a dois. Facto impensável para a Anita AT (Antes dos Trinta). Embora muito feliz com a atitude, achou então que havia esgotado a sua dose de loucura permitida, concretizar qualquer outro sonho sem arranjar emprego, era coisa proibida a uma pessoa sã de cabeça e responsável, como sempre achou que era. O dinheiro é essencial para a concretização dos nossos sonhos? Pois, com certeza. 
Já há muito tempo que Anita resistia a fazer balanços de finais de ano, mas um dia permitiu-se entrar dentro de si, com uma frontalidade atípica, sem medo das conclusões a que poderia chegar. Enfrentou a realidade tal como ela estava a ser: Difícil. O guião antigo não tinha mesmo retorno. E Anita percebeu que não tinha escrito outro. Nunca mais tinha tido mão em si, deixara-se levar pela "crise" de todos e pela sua em concreto. A revolta, as falsas esperanças, a tristeza dos dias, o desespero, a desilusão constante não tinham ajudado a desenhar um novo roteiro. 
 
E os sonhos? Sempre adiados à espera de melhores ventos. À espera do trabalho, que é essencial à realização pessoal de quem tem 30 anos e tinha um guião tão bonito para pôr em cena. À espera do trabalho que garante o dinheiro, para alavancar os sonhos... No meio desta viagem às temidas profundezas, aceitou uma coisa terrível, pensar no pior: "E se eu continuar desempregada por mais um ano que seja? Por mais dois...?Três...?"
 
A mudança deu-se nesse instante. Aceitar que o pior ainda podia estar  para vir deu a Anita a coragem suficiente para voltar a achar que podia reocupar a sua cadeira na Assembleia Geral dos Membros para o Destino. Sabia que na mesa continuava a ter como colegas a crise, o desemprego, o aumento do custo de vida, a diminuição brusca do poder de compra, dificuldades variadas. A diferença é que passou a dar a importância devida aos outros membros que sempre lá estiveram, como a saúde, a juventude, a união da família, o espírito de entreajuda. O amor, sobretudo, que ajuda a sorrir quando tudo à volta parece perdido.
 
E é assim que Anita dá prioridade ao maior sonho de todos: Ser Mãe. E é assim que Anita começa a entender que o que fez de "estranho" no passado recente foram rasgos de coragem e não de irresponsabilidade. Foram atitudes de quem já estava, lenta e insconscientemente, a escrever um novo guião. De quem, ainda que baralhada, já estava a tratar de reagir aos tempos difíceis.
 
A vida dá muitas voltas. Nem todas são boas e nem sempre é possível controlar a intensidade e a regularidade com que se dão. Mas algumas são boas e estas, quase sempre, dependem da vontade pessoal.

Nota: Escrevi este texto há uns tempos. Hoje torno-o público porque faz sentido que assim seja. Não quero esquecer-me do que ficou para trás, da reviravolta que dei na minha maneira de pensar.
 
 
E aproveito para, assim, te dar a notícia amiga R. Sei que ficas feliz por mim, como eu fiquei por ti, quando no cantinho da nossa sala de trabalho, olhaste de esguelha, com um sorriso maroto e me deste a novidade... :) Os tempos são hoje, talvez, ainda mais difíceis, mas vale a pena continuar a sonhar.

terça-feira, 12 de março de 2013

A notícia pode ter muitos ângulos



"Se queres imaginar, comecei a rir pela barriga e só depois é que gargalhei!", conta-me a H., quando lhe pergunto que cara fez ela quando viu o vídeo que eu e o B. fizemos especialmente para lhe dizer que íamos ser pais. Mandei-lhe a surpresa por email e esperei pelo telefonema (a distância nem sempre permite o abraço) que não tardou. E que se eternizou em gargalhadas e planos loucos, como sempre.


Há quem aproveite a ocasião e há quem as crie.
Eu tentei quase sempre criar momentos especiais e "oferecer" a notícia de forma personalizada mas é difícil e, nalguns casos, impossível, conseguir dizer pessoalmente e/ou de forma criativa que "há novo bebé na costa"! Ainda assim, agora chegada a esta fase, que já apetecia há taaaaanto tempo, tento "chegar" de forma carinhosa à família e amigos de maneiras bem diferentes!
Quando já não der mais para inventar surpresas ou a distância não permitir...  o telefone vai ter que entrar em acção, claro, mas até lá...não prescindo de ver os sorrisos, de sentir os abraços, de alimentar as conversas. E mesmo de ver a lágrima ao canto do olho que por aí se tem formado nalgumas carinhas... O Z. e o I. ganham o prémio na vertente masculina! Não há que ter medos  das emoções! Ehehehe





Agora que penso bem no assunto... As surpresas têm girado, quase todas, à volta da mesa... Obrigada mana, obrigada amiga, pelos "postais" comestíveis! Cumpriram a missão muito bem e, além disso, estavam mesmo bons! Vá lá que tirei logo foto... Porque num instante... desapareceram :)

sexta-feira, 8 de março de 2013

O PLANO



Contar aos "outros". Tornar público, primeiro no círculo mais chegado, depois no alargado. Quando e como? O PLANO. Isto pode tornar-se um caso sério, sobretudo quando sabemos que a nossa alegria vai ser tão bem recebida pelos "outros", que não esperam pela novidade...

Nos primeiros três meses, quando a "coisa" ainda só é vivida a dois, ocupam-se muitos minutos a engendrar planos, por entre hipóteses divertidas, improváveis e umas um tanto ou quanto recambolescas!
Duas coisas parecem reunir consenso:
1. A família mais chegada é o primeiro alvo
2. A notícia só vai ser dada depois da ecografia das 12 semanas!

E até podia ter sido assim... Não se desse o caso de, nas minhas 9 semanas, o meu carro ter ardido como se não houvesse amanhã!
Eu via as chamas e chorava que nem uma madalena perdida, enquanto um rapaz vindo não sei de onde se ocupava estoicamente a controlar as chamas... A minha amiga G. tratava de coisas práticas, como afastar o carro do teatro de operações. A vizinhança ajudava com o pânico em nome próprio, o consolo à principal visada (eu), o extintor, as mangueiras e aquelas conversas que se fazem quando não sabemos o que dizer...
No meio disto tudo, pensava eu: e assim se perde um carro... e afagava a barriga, preocupada que o meu desespero passasse para a minha "minúscula" vida em crescimento...


Eis a cena: Baba e ranho, choro e a confissão: "... E eu grávida amiga!".Abraço e sorrisos. Os bombeiros a chegar a toda a velocidade. O carro continuava a arder, o prejuízo a crescer mas, agora, nós as duas sabíamos que nem tudo estava perdido :)



A vida nem sempre nos deixa fazer planos. E muitas vezes não tem qualquer sentido de conveniência.
Mas agora, exactamente um mês depois do infortúnio, até me consigo rir um bocadinho.
Life goes on.


LAC.. Cerelac



Cinquenta mensagens trocadas em três dias entre nós a cinco. Desistia da mostarda, do mel, do queijo, do peixe, dos legumes, das saladas... Decidia em desespero de causa fazer carbonara para o almoço (porque tem sempre que haver comida entre nós, por mais que para algumas seja indiferente!) e vocês concordavam porque já vos tinha chamado um pouco de tudo. Depois? Bem, talvez pegasse em algumas fotografias dos nossos famosos e saudosos anos juntas e no meio lá colocasse uma especial, que nunca tinham visto e que vos fizesse perceber o motivo especial do nosso encontro. Depois? Gritaria, beijos e abraços, na certa.

Como já lá vão uns anos, crescemos e não temos mais os dias por conta umas das outras (há coisas que não fazem sentido!) e os encontros têm sido tão, mas tão difíceis de conseguir... Como continuam a ser especiais, e continuamos a ser as Gab, com tudo o que isso implica de cumplicade e fidelidade para a vida...

Dedico-vos o primeiro post do meu blogue! Meninas, o primeiro BabyGab está a caminho!
Saberemos adaptarmo-nos? Claro.
Abrimos uma nova era na nossa vida? Abrimos.
Encaramos esta nova missão com total dedicação? I hope so.
Vamos ser felizes? Mas há discussão?

Agora aposto que estão praí todas babadas, choronas, risonhas, estranhas... e cada uma em sua casa, não é? Vavere... Marcamos a carbonara para quando?
E sou eu que faço na mesma? Tou feita com vocês...