terça-feira, 23 de julho de 2013

Nunca mais vais estar sozinha

Para mim começou a sério aos sete meses. 
Esta coisa da barriga. Esta coisa da Anita Barriguda.

E para muitos, a minha gravidez começou também recentemente, uma vez que agora é que ela se insuflou e toda a gente  percebeu que aqui cresce uma bebé! Sair à rua já na terrinha é um acto social constante (bem, normalmente, já é) centrado numa parte muito específica do meu corpo! 

As mulheres, aquelas que já foram mães - seja há décadas, ou meses -  sorriem, ganham brilho nos olhos, algumas a roçar a lágrima (finjo não perceber, para gozarem o momento nostálgico à vontade), dão conselhos ou fazem perguntas,  quase sempre elogiam a "barriguinha tão redondinha" e terminam com o seu maternal: "Felicidades, que tudo corra bem". Tenho a certeza que durante os minutos seguintes revivem, com uma saudade parva, o parto, o cheirinho do bebé, as roupinhas, as birras e as conquistas dos primeiros tempos. 

"Nunca mais vais estar sozinha, nunca mais...". É. Tenho a certeza que sim. Acho que nunca mais me senti desde as primeiras semanas, quando percebi que era real.

Na loja de roupa fixo-me, sem querer, na mulher que está ao meu lado e que, pecorrendo a fila de roupinhas XS em saldos, que tambem eu escrutino como se não houvesse amanhã, deixa escapar: "Ai que saudades destes tempos, meu Deus". 
Ainda não os vivi, mas tenho tanto a noção que os primeiros meses são especiais e únicos que nem sei... como é que faço para parar o tempo. Mas vou continuar a pensar no assunto. E é também por isso que, sempre que soa o meu alarme interior -  e que me diz: "Este mundo que construíste é bonito mas tens que te distanciar dele dentro de pouco tempo e voltar ao mundo das feras!!!" - faço que não o oiço. 

No meio destas pessoas que hoje olham para mim de maneira diferente, estão também aquelas que sei que querem muito ver a sua barriga ficar grande, redondinha ou disforme, pesada e incomodativa, cheia de uma pessoa que há-de ser tudo um dia e mudar o mundo, pelo menos, o lá de casa. Esse dia vai chegar.<3

Ah! Uma palavra para os homens. Têm a sua sensibilidade para a coisa também, como é óbvio! Normalmente, expressam-se é de forma mais discreta. O cabeleireiro, por exemplo, ficou reticente em cortar-me muito o cabelo: "Olhe que depois você vai precisar de apanhar o cabelo, porque vai estar muito assim (dobra-se, em jeito de quem vê o bebé no berço), está a perceber?".
Acho o máximo estas coisas. Lá cortei as pontas.

Well, voltando ao início: como ela cresceu, ficou mais caprichosa, remetendo-me ao papel de "negociadora" constante com a volumetria em expansão. Dormir, nomeadamente, dar voltas na cama ou levantar num ápice para ir à casa-de-banho, já não é como eu quero. É preciso um requerimento que, só após alguns segundos ou minutos, vem aprovado.
Sendo assim...técnicas! O almofadão de amamentação já está a trabalhar. Ainda não consegui descobrir a melhor forma de o potenciar nas minhas noites mas... lá chegarei! :)






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