segunda-feira, 8 de julho de 2013

Algarve: Eramos 4, depois 2, pro ano 3

O meu Algarve não foge à regra e, por isso, transforma-se, ao sabor dos anos. Dos meus anos.
Conheci-o logo em pequenita, pela mão dos meus pais, sempre inscansáveis no objectivo anual de passar e proporcionar às filhas umas grandes férias na praia. Umas grandes férias na praia com tenda, com grelhador de peixes e churrascos, de patusca programada para a hora das refeições. Umas grandes férias com cheiro de cadelinhas descobertas pelos pés que esgravatavam curiosos areia adentro, nas águas quentes de algas verdinhas. Até tarde, tarde...

O meu Algarve de hoje já não tem tendas ou roulotes, nem filas infindáveis para o banho ou para lavar a loiça. Já não tem cantorias de meninas loucas de tão felizes. Já não tem escaldões na pele, quando os pais não estavam para ver. Não tem atum fresquinho da praça de Vila Real de Santo António, gelado de arroz doce à noite, em Olhão, nem manteiga a boiar na geladeira de gelo derretido, à chegada.

O meu Algarve de hoje transformou-se, ao sabor dos meus anos. E continua ser meu e a ser muito. E agora que escrevo isto, apercebo-me que que este Verão esteja a fechar o segundo capítulo desta história algarvia. Para o ano, abro o terceiro, com uma nova personagem :)




O meu Algarve deste ano teve cheirinho de "despedida boa", como há poucas, de resto. "Para o ano já vai ser diferente, não fazemos isto nem aquilo, temos que trazer isto e aquilo, ela já vai fazer isto e nós aquilo". Isto em sorrisos, às vezes nervosos no silêncio de cada de um. No nosso silêncio de futuros pais. Nós pais, já não só filhos, pela primeira vez na vida. Nós, tão felizes com este bocadinho de futuro que tivemos a coragem de construir para nós. Há horas felizes. Há decisões bem tomadas.




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