sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Piscina de sopa

Se há altura da vida em que os clichés se aplicam, tenho para mim, que a maternidade é uma delas. Tornamo-nos iguais nesta coisa de amar os filhos, de os admirar, de lhes querermos bem... e de gostarmos de os ver comer! Ó felicidade, ver um filho comer.

Escrevo isto e lembro-me imediatamente da minha avó:
"Vai mais uma carcacinha filha? Hum, aí em cima do bifinho, vá lá...!". Ó avó, um beijinho.

É fácil prever que, quando acordo momentaneamente do meu transe alimentar - colher com sopa, boca da Inês, colher com fruta, boca da Inês - dou por mim a fazer boquinhas, aqueles que imitam o acto de comer, como quem ajuda a comida a ir para dentro, numa fase em que os bebés só sabem pôr tudo cá para fora!
Vem-me à ideia que também não será mau fazer uma sessão fotográfica centrada nas expressões de amor, entusiasmo, desespero e expectativa que os pais fazem quando estão a alimentar a sua cria. Acho que deve ser giro, mas tenho algum medo do resultado :)

Hoje a coisa atingiu níveis interessantes. O acto de comer sólidos já vai ganhando ritual, por isso, na ausência de um babete plástico-vestido que vede bem um pescoço pequenino (que raio, ainda não se lembraram de os fazer mais pequenos ou eu é que ainda não os encontrei à venda?), ato uma fralda de pano e depois o babete plastificado. Depois, a coisa dá-se ao ritmo que a Inês quer: rapidinho. Para não falhar - não vá ela desistir e começar a chorar e ficar à meia tripa, oh my God! -, acelero o ritmo, satisfeita da vida ao ver a sopa desaparecer. 

O pior? O pior foi quando percebi que a sopa desapareceu não só para a boca, nem só para as bochechas e nariz, mas também para debaixo do queixo, onde formou uma piscina. Olímpica!
Bem, não há tempo a perder, pensei. O stock tem que ser reposto na colher! Uma vez vai da tigelinha, outra vez abasteço por baixo do queixo. 

Conclusão: com duas fontes de abastecimento, a coisa até teve mais sucesso :)
Pior são os efeitos colaterais.


Sem comentários:

Enviar um comentário